ILUSÕES

Por Pedro Du Bois | 9/27/2013 05:44:00 PM em | comentários (0)

Vendo a ilusão
de que o civil
que começa o ano
possa ser feliz
ou mais feliz
em extremos toques
desfeitos
nos defeitos
que os anos
me repetem

busco na ilusão
o copo esvaziado
do que levo
ao ano que se inicia

tapo os ouvidos aos fogos
no artifício da ilusão
de que as cores se fazem
eternas
      pétreas
           petrificadas.

(Pedro Du Bois, inédito)

Infelicitar

Por Pedro Du Bois | 9/20/2013 08:48:00 PM em | comentários (0)

Não há o sorriso em sério rosto
a espera angustia no corpo cansado

mira a presa
e atira: mortalmente ferida
a fumaça no cheiro característico

do que sobra: pouco
meras palavras
explicam o não sorriso
em seus lábios

mordisca o lábio ao atravessar
a rua em sentido contrário

o horário ressurge em cobrança:
                       encerra ares
        no findar a felicidade.

(Pedro Du Bois, inédito)



TÍMIDOS

Por Pedro Du Bois | 9/13/2013 02:06:00 PM em | comentários (0)

Aos tímidos
sobram
os olhos
abaixados
de onde
vêem
seus pés
no chão

altos
longos
e longe

têm medo
da altura
da lonjura
da largura

não levantam os olhos
nem olham para fora

(apenas)

esperam o piscar
das pálpebras
para acordarem.

(Pedro Du Bois, inédito)

REI

Por Pedro Du Bois | 9/06/2013 04:44:00 PM em | comentários (0)

Apresentado como rei
na reverência
pompa
         e circunstância

tocado na passagem
                         dos pés
olhado no viés
                 dos olhos
visto na divindade
               feito homem

tremido corpo no medo
tremido na voz da súplica
tremido na intenção do espírito

não dá o ar da graça: conta
desgraças em cada parede

desgraçado através do espelho
(onde nada vê).

(Pedro Du Bois, inédito)

ÚNICA TESTEMUNHA

Por Pedro Du Bois | 9/01/2013 03:02:00 PM em | comentários (0)

Revejo a cena.

No fundo da garagem
                 olhos vermelhos
                           brilhantes
                           o demônio
                           - pequeno.

No pátio
      indiferentes garotos
      jogavam bola.

Sou única
       testemunha.

(Pedro Du Bois, em REENCAMINHADO, 2005)

Por Cláudio Costa | 9/01/2013 12:48:00 PM em | comentários (0)

No jardim não há silêncio. Caminhava atenta a pequena, curtindo as belezas da pequena floresta. Em cada flor um grito de cores que se misturavam às sensações dos pés descalços na grama ainda inundada pelo orvalho. Pássaros conversavam em misturas de tons que tingiam um quadro de festa, daquelas bem divertidas. Ao lado, soltando as mãos, o pai caminhava rumo à árvore, contemplando o silêncio.


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