Arde em meu peito
uma dor
Que dor!!
Murmura em meu ser
um torpor
Que dor!!
Sangra minh'alma
tua flor
Que dor!!
Você reclama que não é feliz.
Mas reclama no abrigo do seu quarto.
Ora, saia já daí!
Vá caminhar,
____________passear,
_________________ se distrair.
A felicidade se colhe ao acaso.
[gORj]
Esta chuva miúda,
caindo macia,
meu telhado não denuncia.
Só a percebo pelas janelas.
Bem diferente daquelas
cujos dedos pesados
ruflam nos telhados
e dos beirais
escorrem em filas.
Chuvas musicais...
Eu desligo a TV para ouvi-las.
[gORj]
Aquele que passa indiferente
à beleza de um entardecer
ou que não percebe
a floração de um ipê
deve estar cego por dentro.
A este, eu recomendaria
algumas gotas de poesia.
Mas sei que seria em vão.
Ele não me escutaria,
pois seu problema
não é só de visão.
As almas cegas
surdas também são.
[gORj]
pelas cartas não recebidas
pelos olhares não atingidos
peles não tocadas
lábios calados
músicas desligadas
textos deletados.
pelas cartas não lidas.
ESTAÇÕES
estação: Luz
Desembarque pelo lado direito do trem.
E nunca mais apreciaram as primaveras...
noites frias
de lua
de vinho
prosa
verso e
amor
Que minha vida
Seja um poema
- que valha a pena –
Desde que
faças parte dela.
Toda hora,
Todo dia.
- sem hipocrisia -
AS ESTAÇÕES
Olho pras ranhuras no céu das madrugadas de setembro
e me pergunto quando chegará a primavera.
Nos meus sentimentos
algumas flores que não têm vingado
e então culpo as estações
por esta falta de cor no que avisto das coisas.
A alma fria do inverno
aguarda um tempo mais ameno.
Quem sabe as tempestades que virão
farão de mim algum verão qualquer.
O dia a pino faz da noite esquecimento.
A escuridão é uma hipótese
no espírito ao meio dividido
pelas sombras de um sol insuficiente
para aquecer-nos por inteiro.
Há um claro no outro lado do escuro
assim como é certeza
que sementes dormem pelas estações
na espera
de vingarem exclusivamente na primavera.
Uma rebelião de cores e cheiros
que invadem os jardins
e tocam os homens que dormem
no desconhecido das sensações.
Paulo Franco
Do livro A QUARTA PAREDE – página 24
R$20,00 + R$2,00 de frete
poetapaulofranco@terra.com.br
Na liberdade o livre arbítrio
condiciona o rito, o risco do fato
não acontecido, o catecismo da sagrada
família: estou no âmago
frequentado da montanha e feliz
em minha liberdade. O pseudo antecede
a inglória ventosa abarcada ao todo,
abraçada à raça desmemoridada:
não é o começo e do outro lado
o livre voo do pássaro - libertário
dos versos, poeta transitório, amor
cerceado aos passos - condenado
ao abismo das entre horas; preso
ao que se liberta e não é pronunciado.
Liberalidades afrontam o estabelecido
na desonra sobre todas as guerras:
ao livre pensar ri o eremita
e os barulhos se escutam próximos.
(Pedro Du Bois, O NASCER DOS ARES E DOS PÁSSAROS, Vol. I, 5)
Ao ser chamado pelo nome
esboço sorrisos e nego minha presença.
Renego minha ausência.
Assisto a hipocrisia
inundar a fala. Falo da ante-visão
do corpo: o erotismo
anômalo ao do quarto.
O piano oferece teclas
ao dedilhar primário: oferto
preços ao preconceito.
(O professor nega a obviedade
do desinteresse pela classe: alimenta
esperanças em luzes apagadas).
(Pedro Du Bois, A PALAVRA DO NOME, 4)
Casa das Rosas - São Paulo 25 de março
Por Tonho França | 5/08/2010 11:57:00 PM em | comentários (0)
Celso Alencar, Tonho França, Reynaldo Damazio declamam poemas na Casa das Rosas, na Quinta Poética - Realização Escrituras Editora.
ENTRADAS E BANDEIRAS
Por JURA | 5/08/2010 06:06:00 PM em Jurandir Rodrigues, Poesia | comentários (1)
Os pontos que se cruzam
estradas que se buscam
atalhos que se encurtam
bifurcações que se confundem.
Estarei em Guará no Senac no Encontro Cultural Dona Eta (Guará ) Dia 07/05 -junto com Clebber Bianchi, Fabiano Garcez e Paulo Franco em uma noite de autógrafos coletiva.
Se tiver de bobeira, apareça lá, haverá também no mesmo espaço e horário uma exposição de fotografias.
Temeroso de que a ideia lhe fugisse, o poeta pôs-se a anotá-la. A caneta, entretanto, falhava. Das letras mal tracejadas, pedaços de ideias despencavam.